“Dificuldades?... Temos que criar receita e diminuir custos”
Alexandre Lopes foi recentemente eleito Presidente do Conselho de Administração da ASM São Mamede de Infesta e elege como maior desafio a recuperação económica da instituição. Em entrevista ao Info, tendo como pretexto o 130.º Aniversário daquela que é a associação “mais antiga do Concelho de Matosinhos”, recorda a sua “história riquíssima” e as diversas personalidades marcantes de São Mamede de Infesta que a serviram.
“A nossa expectativa é, respeitando esse passado marcante, perspetivar um futuro melhor, porque a Associação vive algumas dificuldades. Estamos a reunir esforços e a encetar os contactos necessários para tomar o caminho certo para atingir os patamares que ela merece”, avança o dirigente.
Essas dificuldades são um desafio tremendo?
São um desafio tremendo. Temos um passivo elevado e esperamos poder, junto da banca e de algumas entidades, reunir os apoios necessários e, nós próprios tomarmos medidas - e já temos vindo a tomar – para modernizar os serviços e desenvolver novas atividades. No fundo, não há segredos, temos que criar receitas e diminuir os custos.
Temos possibilidade de rentabilizar o nosso parque de estacionamento. Temos um outro terreno, que podemos potencializar. Temos os próprios espaços no edifício que estão subaproveitados e podemos rentabilizar. Temos novos mecanismos a nível informático, para podermos divulgar a associação e todas as suas áreas, mesmo junto dos Associados.
É um trabalho que vai demorar algum tempo, mas é um desafio aliciante e cá estaremos para trabalhar em conjunto, inclusive com a UMP, que está disponível para colaborar em tudo o que for necessário para podermos atingir esse nosso objetivo, e seguir esse rumo que é necessário para a nossa associação.
Quando fala em desenvolver novas atividades, de que respostas está a falar?
Temos três grandes fontes de receita, que são a quotização dos nossos associados, a convenção de fisioterapia e a medicina dentária. Depois, temos uma série de outras especialidades que não nos dão assim tanta rentabilidade. Temos convenção de cardiologia e não estamos a conseguir ter um impacto que nos permita o retorno desejado. Cria-se aqui uma dificuldade que é perceber onde termina o mutualismo e o associativismo e onde começa a empresa. Neste momento em que estamos a iniciar o mandato, definimos as áreas clínicas que nos trazem riqueza e aquelas, como a enfermagem e a clínica geral, em que damos ao nosso associado a nossa solidariedade, e em que não nos importamos de ter algum prejuízo. Mas não pode ser assim em tudo, senão estará em causa a sobrevivência.
Tivemos um início de mandato ‘louco’, com o Natal e Ano Novo, formalismos na banca para alterar assinaturas, negociações de planos de pagamento de dívidas com fornecedores e prestadores de serviços, funerárias. Estamos, a pouco e pouco, a tentar definir objetivos mais estratégicos, de forma a podermos passar à fase operacional.
É um trabalho difícil. Temos consciência de que ,em alguns setores, não temos certezas absolutas; em outros sabemos qual o caminho a seguir e noutros vamos fazendo experiências e aprendendo com outros exemplos.
Qual o número de associados?
Temos 13.700 associados.
Em que sentido segue a tendência?
O número de associados tem diminuído. Há uma necessidade muito forte de perceber as razões das desistências. É um trabalho que não foi tido em conta nos últimos anos. Queremos saber se é por causa do custo, de mau serviço, de mau atendimento, de dificuldades económicas. Já demos algumas indicações para, sempre que um sócio desiste, termos que perceber o motivo, para sabermos o que podemos mudar. Temos que descobrir também quais são as nossas vantagens competitivas para angariarmos novos associados. Estamos a trabalhar nisso para, em seguida, desenvolvermos um plano de comunicação dirigido aos associados para mostrar os serviços que temos, e à sociedade civil.
ALEXANDRE LOPES
Presidente do Conselho de Administração da ASM de São Mamede de Infesta
publicado em 23-12-2019 | 17:09