“Melhorar os serviços de saúde, através da criação de um gabinete médico, e a formação são as nossas prioridades”
A Associação Mutualista dos Trabalhadores da Câmara Municipal de São Pedro do Sul foi a primeira Associação Mutualista vocacionada exclusivamente para o apoio e proteção social dedicada aos trabalhadores de uma autarquia.
Dinamiza um Jardim de Infância e um Centro de Atividades de Tempos Livres, que servem também a comunidade, comparticipa despesas com consultas médicas e presta assistência medicamentosa.
Dezassete anos depois da sua criação, apresenta uma certa estabilidade financeira que lhe permite projetar mais e melhores serviços aos seus Associados.
Rui Almeida, Presidente da Direção há três anos, depois de várias experiências como dirigente em mandatos anteriores, fala do momento da Associação e dos seus planos para o futuro.
A Associação Mutualista dos Trabalhadores da Câmara Municipal de São Pedro do Sul possui um universo relativamente circunscrito de Associados, que são os trabalhadores da autarquia. A sua atividade é dirigida exclusivamente para eles?
É uma Associação Mutualista formada pelos trabalhadores do Município e da Empresa Municipal, mas as valências de Jardim de Infância e de CATL [Centro de Atividades de Tempos Livres] são abertas à comunidade em geral. A Associação nasceu com o espírito de apoiar os trabalhadores do Município e assim se deverá manter.
O apoio à infância é a principal atividade da Associação ou há outras áreas de atuação e outros serviços?
Para além do Jardim de Infância e do CATL, temos um conjunto de outros apoios e serviços que prestamos aos trabalhadores do Município, nomeadamente na área da Saúde, através da comparticipação de consultas médicas e da assistência medicamentosa, e atividades de carater cultural e recreativo que lhes vamos proporcionando.
Que circunstâncias levaram à criação da Associação, há 17 anos?
Queríamos prestar ajuda de caráter social aos trabalhadores do Município. Pretendíamos criar um serviço que melhorasse as suas condições de vida e procurámos também antecipar a alteração à lei do financiamento das associações de trabalhadores dos municípios, que não funcionavam bem.
Como é que tem sido o percurso da Associação ao longo destes 17 anos?
De altos e baixos. Mais baixos do que altos… Vivemos alguns constrangimentos financeiros durante alguns anos. Hoje temos uma situação financeira mais estável. Se calhar, neste momento, 17 anos depois, estamos no nosso ponto zero e queremos a partir de agora, evoluir como Associação, no que fazemos e queremos fazer.
Quais são esses planos para o futuro?
Evoluir em número de associados. Assumimos que temos relativamente poucos, queremos mais, queremos entrar mais na comunidade dos trabalhadores e isso só se faz com mais serviços, dentro daquilo que os nossos estatutos preveem: melhorar os serviços de saúde, através da criação de um gabinete médico, que não dispomos atualmente – só comparticipamos encargos com consultas. A formação é outro fator que queremos ter rapidamente. E, basicamente, são essas as nossas prioridades.
As valências de Jardim de Infância e CATL estão consolidadas?
Neste momento, atingimos a capacidade máxima em ambas as valências. Estamos a falar de 20 crianças no Jardim de Infância e 25 no CATL.
A Associação Mutualista a que preside tem uma vocação muito específica, dirigida exclusivamente aos trabalhadores da autarquia. Tem sido uma boa experiência? Na sua opinião, seria uma boa solução para os trabalhadores de outras câmaras municipais do País?
Para nós tem sido uma boa experiência. Não é a experiência ideal, porque queremos melhorar como disse, queremos ter mais associados e prestar mais e melhores serviços, mas esta, em termos jurídicos, poderá ser uma das melhores formas de funcionamento das associações de trabalhadores dos municípios. Fomos a primeira do género a ser criada no País, neste momento o Município de Gondomar também tem uma Associação Mutualista [AMUT], que nos visitou antes de se formar e acho que fomos um bom exemplo.
Podemos dizer que há condições para trabalhadores de outros municípios seguirem estes exemplos?
É um caminho entre outros.
O Código das Associações Mutualistas veio introduzir novas realidades neste Movimento. Como está a decorrer o processo de adaptação da associação de São Pedro do Sul a este novo Código?
Neste momento, estamos a preparar uma alteração dos Estatutos. Vamos a curto prazo submeter à aprovação uma nova proposta de estatutos e vamos estar completamente adaptados ao novo Código.
São esperadas mexidas profundas ou meramente circunstanciais?
Serão alterações meramente circunstanciais.
Que leitura faz do atual momento do Movimento Mutualista?
A UMP, através da liderança do Dr. Luís Alberto Silva, está a trabalhar muito bem, a dar um incremento e uma energia imensa, até pela rede que criou entre elas e pela ajuda permanente que dá. Está muito bem e recomenda-se.
A necessidade de rejuvenescimento, com a integração de jovens e mulheres no Movimento, tem vindo a ser um dos desafios lançados pela UMP às mutualidades. Comunga dessas preocupações? É necessário para afirmar o Mutualismo como um modelo interessante para a sociedade dos tempos modernos?
Claramente... O primeiro pensamento que temos quando ouvimos falar de Associações Mutualistas, é imaginar pessoas com mais idade. Grande parte das associações tem mais de uma centena de anos e associamos sempre o Movimento a uma população mais idosa, o que não é uma realidade neste momento. Efetivamente, este Conselho de Administração da União das Mutualidades Portuguesas tem feito um trabalho muito bom em cativar pessoas mais novas e isso tem sido extremamente positivo.
Que mensagem gostaria de deixar ao universo mutualista?
Que se mantenha o espírito mutualista.
publicado em 23-12-2019 | 16:25