A Previdência dos Ferroviários de Portugal está confiante no efeito que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) poderá produzir na modernização das mutualidades e da generalidade das instituições particulares de solidariedade social.
Esta associação mutualista, sediada no centro histórico do Porto, está expectante quanto aos fundos que venham a ser canalizados para a habitação a baixo custo, seja para a construção de raiz ou reabilitação, ou para medidas de eficiência energética de edifícios.
“Vai ser, certamente, uma lufada de ar fresco, mas poderá não ser suficiente para aquilo que pretendemos”, refere Hélder Pinheiro, Presidente do Conselho de Administração da Previdência dos Ferroviários de Portugal, instituição que gere uma carteira de imóveis de 180 fogos, incluindo seis lojas comerciais, maioritariamente situados em Campanhã, mas também no centro histórico.
O edifício centenário onde se encontra a sua sede requere uma intervenção profunda e o PRR poderá ser uma oportunidade para o requalificar e adotar medidas que o tornem mais eficiente do ponto de vista energético.
Hélder Pinheiro admite a disponibilidade da associação em estabelecer parcerias com o município do Porto e outros na recuperação de imóveis devolutos e na posterior colocação no mercado de arrendamento, a preços acessíveis.
Com almofada financeira para investir, a Previdência dos Ferroviários de Portugal considera a aquisição de novas habitações, em parceria com instituições bancárias.
A disponibilização de habitação em regime de arrendamento a baixo custo é a principal modalidade desta associação mutualista, com cerca de três centenas de associados que têm preferência no acesso a estes fogos e podem beneficiar de subsídio de velhice.
Todo o seu parque habitacional está ocupado e com a crise pandémica e agora com o cenário de guerra na Ucrânia, que terá severas implicações nas condições de vida, especialmente das pessoas com menor rendimento, levaram a instituição a congelar os valores das rendas, situação que previsivelmente se manterá em 2023.
O número de associados já foi muito mais elevado, mas a restruturação da CP, com a criação de várias empresas, repercutiu-se negativamente na fidelização dos associados, uma vez que a quotização deixou de ser descontada na folha de retribuição.